quinta-feira, maio 31

Fotos perdidas mostram que gelo derretia mais rápido nos anos 30



Fotos foram encontradas durante faxina em porão de museu
Foto: National Survey and Cadastre of Denmark/Divulgação



Em um estudo divulgado na última edição da revista especializada Nature Geoscience, pesquisadores da Dinamarca e dos Estados Unidos descobriram imagens que indicam que o gelo da Groelândia estava derretendo mais rápido nos anos 30 do que agora.

Segundo informações da Universidade do Estado de Ohio (EUA), os cientistas comparam fotos da época com registros feitos por avião e satélite a partir da Segunda Guerra e acreditam que um rápido período de resfriamento no meio do século XX fez novo gelo se formar. Na virada do século, contudo, começa um novo período de aceleramento do derretimento das geleiras.

"Devido a este estudo, nós conseguimos uma analogia histórica detalhada com a perda de glaciais mais recente", diz Jason Box, pesquisador de Ohio. "E nós confirmamos que as geleiras são indicadores sensíveis do clima."

Imagens das regiões geladas antes da era dos satélites são raras. Foi o pesquisador Anders Anker Bjork - líder do estudo e autor do artigo que o descreve - que descobriu nos arquivos do Museu de História Natural da Dinamarca as fotografias e agora tenta compilá-las.

"Estavam limpando o porão quando encontraram algumas chapas de vidro antigas com geleiras nelas. A razão pela qual as chapas foram esquecidas é que elas foram registradas para mapeamento e, quando o mapa estava pronto, elas não tinham mais valor", diz Bjork.

Os registros foram feitos durante uma expedição à Groenlândia e mostravam imagens aéreas da terra, mar e geleiras no sudeste da ilha, além de fotografias da equipe que viajou. Os pesquisadores digitalizaram o material e usaram programas que notaram as diferenças no formato do gelo da costa. Eles então calcularam a velocidade do derretimento em cada período.

Nesses 80 anos, os pesquisadores destacam dois períodos de rápido derretimento: em 1933/1934 e de 2000 a 2010. Contudo, nos anos 30 a maioria das geleiras que derretia não tinha contato com o oceano, ao contrário de hoje.

Entre 1943 e 1972, a região voltou a esfriar. Os cientistas acreditam que a perigosa poluição por enxofre - produzida por indústrias e vulcões - tenha causado essa mudança, já que a substância reflete os raios do sol e diminui a temperatura.

A principal fonte de enxofre era o ácido sulfúrico, até hoje o maior ingrediente da chuva ácida. Um ato em 1963 estabeleceu que os países deveriam diminuir sua concentração no ar e o resultado foi a volta do aquecimento à região.

O ponto mais importante, destacam os pesquisadores, é que as geleiras responderam impressionantemente rápido a esse período de resfriamento. Mais da metade delas avançou nesses anos. Com o retorno do aquecimento, o gelo que se encontra com o oceano é o que derrete, o que leva à elevação do nível do mar.

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