quarta-feira, maio 16

Gravura: Às margens da lagoa (1898) - Ricardo Noblat: O Globo

Gravura: Às margens da lagoa (1898) - Ricardo Noblat: O Globo:

Ganhei de meu filho um presentaço neste Dia das Mães. Está difícil largá-lo para cumprir minhas tarefas neste blog... O que me ajuda a ser responsável é o afeto que tenho por seu titular...
O presente é o livro Fernando Pessoa, uma quase autobiografia, de José Paulo Cavalcanti Filho. Ainda estou no começo e já escolhi o lugar de honra que vai ocupar entre meus mais queridos livros... Acho que não preciso dizer mais nada.
Pois bem, logo no início do livro, a quadra infantil que Pessoa, então com 7 anos, escreveu para sua mãe:

À minha querida Mamã 
Eis-me aqui em Portugal 
Nas terras onde eu nasci 
Por muito que goste d’ellas 
Ainda gosto mais de ti.
Esses versos a mãe, dona Maria, guardou em sua caixinha de joias e só foram encontrados depois de sua morte. Isso confirma aquela história que só muda nosso endereço, não é?

Hoje é o quarto dia desta semana de Obras-Primas diferente. Ainda teremos mais dois dias.
Passamos do Bebê ao menino que Às margens da lagoa acaba de se refrescar. A mãe dele cuida com ternura e encantamento. Ele já olha em outra direção. Não será assim todos os dias, não tão cedo, mas já é um prenúncio do que a vida trará para essa mãe... como para todas as outras... Assim é, se lhes parece...


Não esqueço os agradecimentos aos rapazes que ainda se lembram de quando eram filhos e vieram nos fazer companhia e deixaram umas palavrinhas:
José do Carmo Rodrigues 
João, meu sobrinho de 4 aninhos, ouve a avó contar-lhe a história da Dama e o Vagabundo e tem uma dúvida: 
-Vó, o que é um Vagabundo? 
-Vagabundo, filhinho é quem não faz nada, quem não gosta de trabalhar, quem só fica em casa ou na rua enquanto os outros trabalham. 
-Vó, então você é uma vagabunda porque papai e mamãe vão trabalhar e você fica em casa brincando comigo...
Lou Sei Dimes 
Parabéns à vovó Maria Helena pela sensibilidade estética e compromisso com a ética - sempre um primor na argúcia e espirituosa verve 
Parabéns ao vovô Noblat pelo espaço ímpar e pela atuação sempre inspirada em defesa da pluralidade, cidadania e do exercício da prática do jornalismo, recentemente inspirado ante à hidrofobia ofensiva dos predadores da imprensa livre
.

A frase: “Um dia meu filho de 5 anos me olha e diz: Eu adoro o meu papai. Eu escolhi direitinho, não foi, mamãe?”

A obra: “Às margens da lagoa”, de Mary Cassatt (1844/1926), pintora impressionista americana que nesta gravura comprova a influência japonesa das ukyio-ê de Kitagawa Utamaro. Nascida na Pensilvânia, Mary estudou na Academia de Belas Artes de seu estado antes de seguir para a Europa e se aprimorar em sua arte. Em 1873 ela resolveu se estabelecer definitivamente em Paris, onde viveu até falecer. A gravura em água-tinta e ponta-seca mede 33 x 43 cm e faz parte do acervo do MoMa, Nova York.

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